CORDA BAMBA
Cavo minhas trincheiras,
fico à espreita,
olho para a esquerda,
olho para a direita,
vejo nuvens negras chegando.
Tempestades de desilusões
trazendo tantas interrogações,
o perigo da ruptura,
testas se transformando
em alvos de tiros,
o futuro na corda bamba
onde não se dançarão cirandas.
E nos currais,
nos comércios das lavagens cerebrais,
parece não haver preocupações,
lá as tempestades
são recebidas como manás,
ninguém tem a consciência
de que podem se engasgar.