Âmago - parte 2
Não temos no presente respostas concretas,
nesta efêmera passagem inebriante e secreta,
misteriosa vida fomentando o intrigante,
sabedoria que conhece o quão somos ignorantes.
Somos orgasmos;
somos pecados;
somos sentimentos a entorpecer;
somos a vida sem marasmos;
somos a metáfora do prazer.
Somos a força oprimida;
somos vontades a falecer;
somos as drogas consumidas;
somos o medo de vencer.
Somos o virtual edificado,
manipulando mentes fragilizadas;
somos computadores contaminados,
pela consciência martirizada.
Nossa íntima natureza nos revela:
Nosso ego, nosso pior inimigo!
Uma fraude que nos engana!
Alimentamos monstros e damos abrigo,
a demônios em nossa mente insana!
Somos a fantasia impura;
somos o cio em sobejo;
somos o sexo em estrutura;
somos o amor sempre em desejo.
Somos a miragem do deserto;
somos a gota no oceano;
somos a inspiração do arquiteto;
somos o porvir em desengano.
Viver por viver, quiçá seja a solução,
a natureza é suscetível, bela, divina e violenta,
viçosas florestas adornam a imensidão,
terra abençoada e preciosa que a todos assenta.
Somos estrelas cadentes;
somos a poesia lancinante;
somos a insciência inclemente;
somos o sofrimento torturante.
Somos a interação de cosmos e estrelas?
Ou vida incompleta que irradia a ilusão!
Somos os eleitos com a inteligência traiçoeira?
Ou a semente que constrói que lança a destruição!
Somos o embate virulento;
somos a rocha fragmentada;
somos o pássaro luculento;
somos a liberdade enclausurada.
Somos mentiras;
somos verdades;
somos segredos de fraquezas;
somos monges em simplicidade;
somos a marca da torpeza.
Somos a água em correnteza;
somos a candura prostituída;
somos a hipocrisia em franqueza;
somos a desrazão enaltecida.