Efuturo: O ABSURDO

O ABSURDO

E ocorre-me de ser o que hoje sou:
Existente, ignorante do existir,
Cego de mim, de tudo em que estou
Perplexo e sem saber como seguir.

Vim de espermatozoide que usou
Um óvulo errante a me fundir,
Do acaso um mistério em mim causou
A emblemática vez do meu surgir.

E, agora, homem feito e mais perplexo
Prossigo cada dia a me indagar
Por que tudo denota tão complexo?

Se um choro ocorreu-me ao nascer
É que nele o absurdo quis
falar:
Que de nada valia esse viver.

Maximiliano Skol,
09/11/2019