EXPLORADORES DA VIDA ALHEIA - - Otários Metidos a Espertos.
EXPLORADORES DA VIDA ALHEIA.
Otários Metidos a Espertos.
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O que me deixa extremamente estressado
É em meus passeios pelas avenidas Floridas de Torres
Encontrar gente que vem com conversas fiadas
Para cima de mim pensando ser fácil me enrolar
Parecem até que ficam de tocaia nas esquinas
Esperando para em passagem me abordarem,
Pois sabem que, pela vida, sou um cara tranquilo
E não tenho grandes preocupações financeiras.
Gente assim se acerca e começa a inventar
Cada coisa maluca para me convencer,
Manobram para em arranjos esfarrapados
Alguma coisa útil a eles de mim obter.
Geralmente dinheiro. Mas como o que tenho
Foi adquirido com suor de meu próprio rosto
E não foi ganho para com ele a outros agraciar
Elevo-me em bom humor e com sensatez
Não me deixo facilmente enrolar.
Vou caminhando e esta gente passa a me acompanhar,
O lero-lero é continuo parecendo que entalaram
Em sua boca uma espingarda carregada com balas
De justificativas cada vez mais esculachadas,
Sequem coladinhos falando rápido e direto
Atirando-me aos ouvidos penosas estórias.
Aos poucos vou diminuindo os passos
E lanço sobre elas minha corda de lucidez,
Simpático e atencioso vou esticando o falatório
Até que se enredam em sua teia de mentiras descabidas
E por fim a espingarda que atirava balas embusteiras
Se perde em contradições e o tiro lhe sai pela culatra.
Sem mais argumentos ficam pasmos ao se interarem
Que foram educadamente enganados,
Engolem suas lorotas e meio sem jeito
Estufam o peito, fazem pose e se põem ao largo.
Alguns em arrogância vão se afastando contrariados,
Às vezes encabulados, mas bastante ofendidos.
Não é fácil não, mas até hoje com sapiência
Destes salafrários tenho conseguido escapar.
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