O perigoso ano de 2022
Desde Lula em eleito 2002, o Brasil tem sido sacudido pelas ideologias. Lula personifica o discurso da esquerda. A direita só encontrou um representante em quem se escorar em 2018. Bolsonaro preencheu um nicho que estava vazio. Personificou o discurso da direita indo ainda mais para o extremo. Os dois têm a mesma capacidade de promover lavagens cerebrais nas multidões.
Em quantidade de seguidores os dois praticamente se igualam. Na soma atingem quase a metade dos eleitores brasileiros. Pelo cenário que parece se desenrolar, para a outra metade dos eleitores não restará alternativa senão escolher um deles. Esse é o script sendo escrito de um hipotético segundo turno em 2022.
Restando pouco tempo, é praticamente impossível alguém de centro aparecer reescrevendo script. Sempre pode surgir um aventureiro qualquer. Já fomos os figurantes de um filme assim no passado e sabemos como foi o fim. O centro não é apenas um vazio de candidatos a mitos. É também um vazio de ideias que leva a um vazio de discurso.
Na capacidade de espalhar o ódio e dividir a sociedade, a direita e a esquerda também se igualam. Estão num empate técnico. Os dois lados ainda contam com um forte apoiador que surgiu há pouco tempo. As narrativas em forma de fake news. A campanha política de Bolsonaro tem uma base sólida nelas. Quando for preciso Lula também irá usá-las. Seria um desperdício político abrir mão das fake news. Rendem votos.
O ano eleitoral de 2022 será mais perigoso do que os dias que os brasileiros estão vivendo na pandemia da Covid-19. A esquerda e a direita estão enviando sinais de alertas para todos os lados que olhamos. Esses sinais são uma pequena mostra do que poderemos vivenciar. Quando o ódio for sentido à flor da pele. O ruim fica pior com a variável religiões na equação.
Será que as nossas instituições democráticas e a nossa Constituição aguentarão o tranco quando o imponderável acontecer? Não acredito! Nossas instituições são eternas doentes vitimadas por fraquezas e mazelas. Com o fogo posto na palha em pouco tempo desabarão. Da cobertura da pirâmide social o tombo será feio.
Traço um cenário de ficção, mas é difícil me convencer que ele não será realidade em 2022. Quando os protestos das ruas se transformarem em batalhas sangrentas. Os currais arrebentarem as porteiras com armas nas mãos. O Brasil ser a grande vítima de uma guerra ideológica, guerra com matanças, antes ou depois das urnas apontarem o vencedor.
Quando o ódio aflora e é estimulado, nem é preciso barris de pólvora. Basta que uma palha seja acesa. Como nação democrática, o Brasil está no limiar de entrar no talvez ano mais perigoso da sua História. Quando proliferam mitos e faltam estadistas.