CORA LAUS: “O belo é sentir o hoje”
“... não conhecia poemas
nem muitas palavras belas
mas ele foi me levando
pela mão”
(Chico Buarque)
Chico Buarque tem razão, a poesia me levou até Cora Laus, autora da frase “o belo é sentir o hoje”. Esta frase faz com que pensemos em todos os nossos trabalhos e busquemos no amor a solução dos problemas e, na nossa realização, a vitória em cada momento alcançado.
Cora Laus está entre os poetas jardineiros. Foi escritora pouco conhecida e seu único livro editado foi A Saudade Olhada de Perto – Poesia e Crônica, publicado pela Editora Laus. Era irmã de Ruth e do querido e consagrado escritor catarinense Harry Laus que, para Miguel Salim, “Harry Laus é um nome bastante respeitado... no âmbito nacional devido a sua atividade como crítico de artes plásticas.”
Ruth Laus era mulher de forte personalidade e grande batalhadora pela cultura, sempre planejando alguma atividade cultural. Dedicada à memória do seu irmão, Harry, reeditou depois da sua morte toda a sua obra literária. Também, pesquisou sobre a vida dos seus irmãos e irmãs e, entre elas, Cora Laus, editando em livro um passeio no qual registra a passagem da linhagem Laus pela Terra.
O livro “O Jardim de Judith” foi organizado em homenagem a sua irmã Judith Laus Bayer (Didi). Através desse livro, conheci Cora Laus Simas – que nasceu em Tijucas-SC, em 23 de julho de 1916 e faleceu em 03.01.1969; foi estilista, jornalista, cronista e poeta.
Cora Laus Simas é a autora da frase “O belo é sentir o hoje”, citada por Zahidé L. Muzart, em A Décima Carta, de Ruth Laus. A frase ilumina e multiplica nossas forças, colocando-nos na defesa daquilo que abraçamos com o coração e, indiscutivelmente, é o que colhemos no dia a dia. Então, para lembrá-la, um fragmento de seu poema Sinto e Bendigo:
“... E se não fui feliz – por que chorar? Bendigo
ter sobrado à minha pele, d’algum amigo,
o cheiro da felicidade verdadeira.”