PERSCRUTAR
Fortes explosões,
edificando vidas,
concedendo mutações,
e verdades indefinidas.
Somos poeira,
escamoteando a humildade,
grãos de areia,
introduzindo tempestades.
Moléculas em sopro,
perdendo o elo,
somos indoutos,
desperdiçando o belo.
Somos o passado,
presente e futuro,
primor marcado,
empossando o impuro.
Lépida brisa,
em telúrico passeio,
formando ventania,
no paraíso em esteio.
Somos estrelas,
nascendo e morrendo,
vontades guerreiras,
que o tempo vai vencendo.
Somos o começo,
meio e fim,
meteoros passageiros,
cintilando o jardim.
Quando nascemos,
já começamos a morrer,
é a verdade que desconhecemos,
nesta odisseia do sobreviver.
O que é a vida?
Senão um mar de ilusões!
Em que esperanças recidivas,
vão suplantando frustrações!
A vida! Em aprazível útero!
Silente na quietude angelical!
Ansiosa em sentir um novo mundo!
Sôfrega pureza desconhecendo o real!
Devaneios e quimeras em um anjo fecundo!
A vida! A efêmera vida!
Que nasce de disputa incessante,
na vontade indômita da semente!
Pináculo da vitória exultante,
em que o tempo será incisivo e inclemente!
Indecifráveis mistérios,
permeando nosso trilhar,
a única certeza sem despautério,
é que toda vida tem seu findar.
Perguntas sem respostas,
vão suscitar reflexões,
o esperançar nos reconforta,
nesta orbe de ilusões.
Quiçá quantos vitupérios,
a história adaptou,
com mentiras em despautério;
a verdade ela mascarou!
A história! Solerte história,
contracenando ações levianas!
Falsidades cimentando glórias,
forjando heróis que nos engana!
Oh! Perene ceticismo,
que lança dúvidas producentes!
Fatos adulterados pelo cinismo,
pela impostura vil prevalecente!
Neste universo de incertezas,
onde imperam as leviandades!
As guerras são a certeza,
de que os homens amam a impiedade!
Ah! Instantes aleatórios,
no pulsar de incertezas!
O acaso é peremptório,
anuindo dúvidas indefesas!
Ah! Contíguas casualidades,
que entronizam mistérios!
É a vida em ambiguidades;
amiúde em revertérios!
Vivenciamos o fortuito;
abarcando muitas incógnitas!
Nosso viver irresoluto;
faz a fé ser acólita!
Lúdicos momentos,
mostrarão a felicidade,
tristezas virão com o tempo,
oferecendo-nos a maturidade.
Viver é o começo, meio e fim,
presenteado por enigmas,
somos crianças no pré-jardim,
aceitando dogmas como paradigmas.
Como você reagiria,
se soubesse de seu findar?
Que tens apenas mais um dia,
para a sua vida aproveitar!
Quais seriam as lembranças,
nos instantes que se arrefecem?
Quiçá, dos acertos de esperanças!
Talvez, dos erros que não se esquecem!
Com o seu tempo em extinção!
Acaso, fizesse de você bondoso!
Doando sua riqueza a alguma Instituição!
Tornando-se fraterno e caridoso!
Desapegos são criados,
pelo tempo que se esvai!
Egoísmos são postergados,
pela vida que se vai!
Oh! Que ironia!
A morte trazendo candura!
Inspirando altruísmo e filantropia!
Pela solidariedade que promove ventura!
A vida e suas indefectíveis contradições!
Sabemos que um dia morreremos!
Mas alimentamos nossas imperfeições!
Gerando apegos e ganâncias, na vida que temos!
Ah! Se você tivesse só mais um dia de vida!
Sua alma choraria pelas benevolências preteridas!
Seu espírito lamentaria não ter feito o que gostarias!
Você valorizaria o tempo que lhe resta!
Pois, cada minuto valeria uma vida em festa!
Porém, lágrimas seriam vertidas!
Em razão de não poderes no amanhã,
contemplar este nosso planeta exuberante,
de mistérios inescrutáveis e instigantes,
deste paraíso fantástico e extraordinário,
em que você já não seria ator nesse cenário!
Conquanto, esquecestes em dar-lhe importância,
talvez, pela sua ignóbil arrogância!
Porquanto, no amanhã não estarias aqui,
para também amar, por quem amou a ti!
E este inspirador planeta mãe Terra,
com seu Sol e sua Lua, na esperança que impera,
estariam radiantes, existindo e persistindo,
mesmo que você e suas ilusões já tenham partido!
Nosso mundo com suas estesias,
com suas belezas naturais,
com sua inexpugnável energia incomensurável,
continuaria sentindo o descaso abominável!
Pela raça humana, sendo desprezado e maltratado,
razão de ações de ignorantes e de atos insensatos!
Oh! Quantas práticas destrutivas,
à este magnificente mundo que nos acolhe e ensina,
que nos dá a oportunidade tão divina,
de desfrutar a dádiva da abençoada vida!
A vida é simplesmente uma maravilha,
de começo, meio e fim!
É uma estrela em sintonia,
com o magnificente universo sem-fim!
Ah! A vida em felicidade!
Que rutila esperanças!
Traz alento e vivacidade!
Faz nos sentir uma criança!
Oh! A vida em tristeza!
Que entreabre a escuridão!
Sepulta sonhos de grandeza!
Castiga a alma e o coração!
Ah! Intangível alegria!
Que fecunda ígneos desejos!
Galvaniza sentimentos em harmonia!
Enaltece o amor! Suscita beijos!
Ah! Vida de inflexões!
Conhecendo altos e baixos!
Vamos seguindo em direções,
que ficarão nossos pedaços!
Oh! Infelicidade!
Que edifica a morte!
Que arranca da vida suas vontades!
Que põe o fel em sua sorte!
A morte nos traz o nada!
Extingue nossas neuroses!
A odisseia é quebrantada,
pelo fim sem apoteose!
Nota do Autor:
Ah! Como o autor Alberto dos Anjos Costa pode se expressar
por palavras, o admirável deleite, júbilo e ventura, por ver suas
duas poesias: Vilipêndios e Perscrutar, classificadas e agora
fazendo parte da brilhante Antologia Poesias ao Vento. Deixo aqui o LINK para que possam baixar gratuitamente o e-book, e contemplar as lindas poesias de talentosos autores.
http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/2020/12/ja-esta-disponivel-o-e-book-poesias-ao.html
http://www.divulgalivros.org/
Apreciem o sublime talento do Editor-Chefe e Organizador Ademir Pascale, que
mostra toda a sua competência, percepção, dedicação e
profissionalismo em seu exímio trabalho.