Nadando contra a correnteza (T1107)
Ele chegou à estação, não acreditava no que estava acontecendo, ia em busca de seu destino, algo inusitado, para ele era mais que uma aventura, pois não tinha colocado como tal, foram meses de contatos virtuais e telefonemas pela manhã, telefonemas que enchiam sua alma de luz e esperança.
Já no ônibus não se continha de tão contente, às vezes se pegava rindo à toa, olhava para os lados para ver se alguém o tinha visto nestas horas de felicidade, felicidade que não sabia ainda, mas não seria eterna.
Faltavam poucas horas, horas que se transformavam em uma eternidade.
Foi com imensa alegria que desembarcava na pequena e simpática estação, e com a alma transbordando em felicidade foi que viu ela chegando para recebê-lo, e num beijo sentiu todo o calor daquela que até aquele momento tinha sido só um sonho e que agora se transformara em uma realidade.
Mas como nada em algumas situações é como queremos, algo começava a se tornar em um pressentimento já sentido, como num sonho que tivera, aquela forma que se tratavam parecia ter desaparecido, ela parecia um tanto afastada, como se não fosse o que ela queria, e ele não queria estar sentindo esta distância, é como se as juras de amor não tivessem existido, algo estabelecido no imaginário.
Amargou um dia na solidão do quarto de um hotel, implorando ao destino que ela aparecesse, como haviam combinado, para preencher o vazio que estava sentindo naquele momento, mas quer o destino talvez outro rumo, nunca se sabe, no coração não mandamos, talvez para ela ainda não seria desta vez, para ele a certeza de mais uma vez ter nadado contra a correnteza, uma busca que teria que recomeçar.
Alexandre Brussolo (30/01/2011)