ACASO
ACASO
Arremeto meu voo
na direção convexa
das paralelas curvadas,
sobrevoo as vertigens.
Olho pelo retrovisor,
sou perseguido
por miragens disfarçadas
regidas pelos pêndulos.
Na fuga me ejeto,
mas o céu ficou distante,
no labirinto da gravidade
não existem asas de anjos.
Ali há muitos perigos,
legiões de diabinhos
de repente aparecem
querendo me beijar.
No meu pouso
o acaso é sempre suspeito,
um paradoxo surreal,
é nele que me espatifo.