Perguntas que deveriam ser feitas, mas jamais respondidas
Se a lei e a justiça não estiverem em consonância, qual deve ser a escolha certa?
Leis são as regras de conveniência estabelecidas por uma comunidade para que, respeitando-as possam viver em harmonia dentro de todas as possibilidades. Caso as leis não sejam respeitadas, os infratores deverão ser detidos, investigados e julgados de acordo com a infração, e sendo culpados após todos os trâmites determinados, a punição é decidida e cabe aos responsáveis cumprir a pena para redimirem-se dos erros que perturbaram aos convivas cumpridores das leis.
Já a justiça é o que é correto, digno e honesto; deve, portanto redimir as ações dos que agiram em nome dela em proveito próprio ou de outros, referendados pelo que é sagrado, o livre-arbítrio e a individualidade do cidadão de bem, ou de mal, dependendo do tipo de atitude tomada.
E então, qual deve ser a escolhida? Lembrando, em tempo, que existe a Lei divina e a Lei dos homens, e nem sempre elas caminham juntas, tornando a justiça ainda mais subjetiva, refém do modo como pode ser interpretada, e se coloca nas mãos de poucos poderosos, que se arvoram a decidir o destino de muitos da maneira que acharem melhor, estimulados ou não por atos corruptos ou fanatismo absurdo.
Imagine que matar para se alimentar, sobreviver de acordo com a cadeia alimentar não seja, de acordo com a lei, um ato que exija punição. Seria justo? E se o indivíduo em questão, que matou para se alimentar seja um canibal? Onde a justiça se encaixa?
Sendo religioso, vegano, como argumentaria? E os carnívoros, que se alimentam de proteína animal e adoram churrascos, e quando confrontados pelos comedores de mato, argumentam que plantas são seres vivos, também, e não deveriam ser usados como alimento?
E os que obedeceram aos aliens, que os abduziram e realizaram atos indignos aos olhos da lei dos homens, mas justos de acordo com o que foi verificado no fim, para uma coletividade inteira, como deve ser tratado?
São muitas coisas importantes que decididas por um deslize, virtuoso ou tortuoso, e que dá a toda uma sociedade a sensação de que há equilíbrio e as coisas caminham em ordem, a não ser quando o número de corruptos, insensíveis, ladrões, a escória do mundo, em número maior controla as Instituições e abusam do poder, criando todo o tipo de desigualdade, machucando pessoas, fazendo com que as leis sejam manipuladas e a justiça distorcida.
Os grandes eventos de terror se sucedem, e a maioria, aterrorizada é capaz de agir com os instintos mais selvagem e obscuros. É quando o poder se solta contra os seus detentores, que apavorados, mas hipnotizados por tudo o que tomar decisões lhes proporciona, resistem, ditando regras, não reconhecendo a justiça, morrendo pelo mal que criaram.
Nesse momento, ou se começa do zero, ou tudo se acaba em chamas e pó.
Marcelo Gomes Melo