ESPERANÇA NO AR
ESPERANÇA NO AR
O vento bateu
Na asa do beija-flor
Ele voou, voou
Voou, voou
A rosa sorriu
O lírio se abriu
Para o pássaro passar
E um gorjeio se ouviu
Outra ave surgiu
Que vinha do ar
Era um sabiá
Era um sabiá
O canto estridente
Do pássaro eloquente
Contagiou toda gente
Que estava a passar
Sem se olhar
A multidão
Até então tão descrente
Deslumbrou pela frente
A esperança no ar
E tão de repente
O gorjeio comovente
O fizeram parar
Para se olhar
E os transeuntes distantes
Sorriram para os seus semelhantes
Descobriram nesse instante
Que podiam se amar.
DÉCIO MACHADO
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