Abri a Janela do Mar
ABRI A JANELA DO MAR
Abri a janela do mar
libertei-me de tudo
fiz dele o mundo...
Queria encontrar a paz,
o amor, a união,
amizade, sem crueldade,
harmonia em sintonia
vida cantante
no deslizar da água.
Tudo e nada encontrei...
Plantas marinhas de rara beleza,
peixes de muitas formas e cores,
crustáceos, baleias, golfinhos,
Ah! Golfinhos!...
Rochas cristalizadas p'lo tempo,
pelo salgado do mar,
restos de navios perdidos,
naufragados, esquecidos,
tesouros jamais pensados...
Lixo, muito lixo!
Aquele que o homem faz
no desatino da vida,
matando toda a beleza
nessa água poluída.
Desilusão sentida.
Afinal,
também no mar
a vida, já não é vida.
Maria Antonieta Oliveira
IN - Galeria de Afectos - Temas Originais - 2011