Um dia, O Adeus...
A gente nem percebeu quando terminou.
Só soubemos que tinha acabado quando deixamos de nos procurar, de fazermos as coisas juntas, enfim, de pensarmos um no outro.
As horas então começaram a passar mais lentas e a gente foi ficando, ficando, ficando...
Muitos passaram à nossa frente e, de relance, deixaram suas marcas indeléveis nos nossos sonhos. Outros, deixaram o coração ardendo dentro do peito.
Nas festas, nos shoppings, nas “baladas”, às vezes a gente recebia um olhar de admiração, de compreensão, de agrado. Mas desviávamos sem nos dar chance de arriscar, noutras, fixávamos os olhos e nos deixávamos levar pelo devaneio dessa admiração ou paixão.
Porém, seguimos a vida e com ela surgiram as decepções que - se bem ou mal resolvidas -, logo passaram. E o que guardamos disso?! Ora, só os bons momentos. Aquela eterna sensação de alegria, de quando ríamos pelo simples prazer de viver, de quando as palavras estavam presas à fidelidade da convivência de um ouvir calado e de um falar sensato.
Esses momentos não se apagaram da memória, eles ficaram gravados no fundo da alma...
Hoje, quando olhamos para trás, percebemos que muitos não conseguiram alcançar a felicidade pois se perderam ou ficaram pelo caminho, já outros - separados, é bem verdade! -, conseguiram se eternizar e amadurecer na compreensão e na liberdade existente em cada um.
Mas isso foi há muito tempo, não foi?!
Desde então, as coisas mudaram. Os sonhos não se realizaram. O amor acabou. E aí, a gente cresceu, depois casamos, descasamos e casamos novamente, e assim, a gente seguiu em frente - bem o mal -, com aquele ar cansado e melancólico nos assombrando...
(Onivan - 08/04/2020)