NOTÍCIAS
Diariamente fico enjoada com tantas notícias falsas. Não tenho complacência e nem quero ficar num quarto escuro e fechado, então, traço planos para conviver com a luz presente nas histórias recontadas.
É impressionante como a fake news exige tempo e atenção e, mais, expande e abrange além do esperado, alterando a minha percepção original. Converte o tempo e o espaço em algo que altera o campo de construção do processo. Em outras palavras, a falsidade e o interesse manipulam a minha percepção, intervindo na interpretação e composição dos fatos. A proliferação de notícias falsas revela o cenário em que é difícil conviver ou ignorar. O conhecimento decorrente desse processo não traz benefícios, direitos e domínios sobre os assuntos abordados; não entendo o procedimento, apenas faço a leitura das “inverdades”, o que me leva a desdobrar meu conhecimento e sentidos para compreender a quem interessa tal comportamento. Cada vez mais percorro na busca incessante da verdade. Carlos A. Franzoi diz que “é preciso para, respirar, ir para o mundo do sensível, do simbólico, para então, arquitetar e reinventar metáforas para a vida”.
É triste. Vivemos em paisagem rotineira de demandas; meros figurantes tumultuando o espetáculo da vida. Sinto que ignoram e não acreditam na realidade em que vivem; subestimam as forças e a capacidade de transformar o falso em verdadeiro e a injustiça em direito.
Gostaria de estar enganada, de pensar que devesse conhecer mais sobre mim mesma, para argumentar sobre os fatos. O problema é que as notícias falsas circulam no meu dia a dia; também, sei que “uma andorinha só não faz verão”. Preciso atuar – mais e mais - no palco da vida para ganhar dignidade e fugir da desonestidade. Talvez seja melhor ignorar a falsidade e mudar de assunto? Que tal um cafezinho, sem jornal? Ou empurrar a porta com seus rangidos e reconhecer a verdade com seus refletores?