A morte da morte
Num momento em que um vírus vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e os humanos se veem diante de uma ameaça real, um livro aparece com um cenário totalmente diferente para a humanidade.
Hipoteticamente imaginem que estamos em 2045. Numa bela manhã qualquer ao abrirmos nossas mídias preferidas para saber as notícias do dia, lá estará em letras garrafais: “A ciência decreta a morte da morte”.
A possibilidade científica da imortalidade é o enredo do livro com esse título lançado no Brasil pela editora LVM e escrito pelos cientistas José Luis Cordeiro e David Wood. O que esses dois cientistas narram no livro, baseiam-se nos postulados do futurista Ray Kurzweil e do médico Terry Grossman.
O “TAB” do site UOL sobre tendência e inovação traz uma reportagem sobre o livro e a busca pela imortalidade. Cada década do século 21 é uma espécie de ponte nesta busca. Na primeira ponte dos anos 2010, com as terapias de longevidade a caminhada começou. Elas consistiam em cuidados com o corpo, alimentação e saúde.
Com a chegada de 2020, alcançamos a segunda ponte no caminho da imortalidade. Assistiremos à revolução da biotecnologia. Essa revolução permitirá aos humanos se livrarem das doenças e do envelhecimento.
Na terceira ponte da próxima década será a vez da nanotecnologia. Os humanos alcançarão um novo estágio. A capacidade de rejuvenescer. Então em 2045 já poderemos decidir entre morrer e viver. Para José Luis Cordeiro, no futuro a imortalidade será a maior indústria do planeta.
Os dois cientistas defendem que em vez de se investir em pesquisas para curar doenças relacionadas a velhice, os países deveriam gastar mais com estudos efetivos do rejuvenescimento. No futuro só se gastará dinheiro no começo da vida para evitar o envelhecimento.
Alcançada a imortalidade, mesmo que sejam pouquíssimos os que poderão pagar para se transformar em amortais, os impactos sobre as sociedades serão enormes. O abismo já existente entre o topo e a base da pirâmide será ainda maior. Muitos dos dogmas nos quais as religiões e as crenças se baseiam serão forçados a serem revistos. Cordeiro é otimista com os custos da imortalidade. Para ele será como os telefones celulares. Eram caros. “Hoje todo mundo tem um”. E profetiza: “Até o capitalismo deixará de existir”.
No rastro da imortalidade nos depararemos com outras questões: Logo estaremos nos perguntando: O que fazer com a imortalidade? Diante dessa perspectiva assustadora, talvez, não será raro saber de amortais cometendo suicídio.