Efuturo: VERSO ZAUZA & REVERSO CUNHA

VERSO ZAUZA & REVERSO CUNHA

O que há de diferente entre a poesia e a crônica dos escritores Getúlio Zauza e Gilberto Cunha, que passam mensagens que me permitem reflexões? Não sei dizer com exatidão, mas a beleza de suas palavras é motivo para deixar o meu o pensamento imerso no silêncio da leitura do que me é revelado através de seus textos. Analiso sem julgar ou criticar a poesia e a crônica que, na constância da leitura, me trazem os seus textos; abro espaço para as palavras entrarem em ação na perspectiva de colocar as situações da vida no meu dia a dia.
No verso de Zauza “Eu Vejo” e no reverso de Cunha “Te Vejo”; há sintonia nas ideias que me permitem, na medida da leitura, parafrasear Descartes: eu vejo, logo, te vejo! Porém, como o tempo está em permanente conflito com as possibilidades de continuar “te vendo”, soa que o que sinto e penso é real, emocionante e belo.
Parece que silenciosamente desvelam o verso em reverso com outras palavras, como Getúlio Zauza no poema Eu vejo // “Dizer que não vê o pensamento / pode ser verdade ou engano, / eu o vejo no exato momento / em que nasce como nasce o ser humano...”
Gilberto Cunha, na crônica Te Vejo!, expressa que “não só de ver, mas sentir a presença, nas relações interpessoais, que os zulus, em vez dos nossos protocolares cumprimentos – “bom dia / boa tarde / boa noite”, “como vai?”, ”Oi, tudo bem?”, “Olá, eu vou bem, obrigado/obrigada” etc -, optam pela peculiar saudação, “sawubona”, que significa “TE VEJO!”, ainda, na inusitada resposta, “sikhona”, literalmente traduzida por “ESTOU AQUI”!”. Simples assim: TE VEJO... ESTOU AQUI!”
Seus pensamentos me levam a divagar pelo desejo de me permitir vencer os ruídos da vida para me concentrar nos pensamentos e nas palavras que revelam os sentidos; também posso me declarar e me expor quando vejo você; ainda, unir a realidade com o tempo em que, em cada passo, admito a importância quando “te vejo”.
No simples fato de “olhar” para alguém, o pensamento estimula o ser com comedida intenção, além de dar tempo ao tempo, para produzir efeito e aquietar a mente. Em passe de mágica, percebo o significado das palavras tornando espontânea a minha atitude, na troca através da qual percebo o que de bom me acontece no presente.