O coração dos apaixonados gosta de ser surpreendido o tempo todo. Quem ama se sente beneficiado no jogo de amar ao perceber que, no dia a dia, um cuida do outro. Essa continuidade é o jogo que alicerça a relação amorosa. O filósofo Zygmunt Bauman, em A Arte da Vida, reflexiona os limites e condições que podem influenciar os projetos de vida.
No jogo de amar revelo me enamorar todos os dias; conversar; fazer planos e rir juntos; passear de mãos dadas. Com estas atitudes me asseguro para a felicidade construída dia após dia. Como se o tempo voltasse em desejos e necessidades amorosos, o que Adolfo Bioy Casares, parceiro querido de Borges, retrata no livro Histórias de Amor; com seu estilo diferenciado, o tema “amar” com suave ceticismo e discreto humor.
O amor duradouro concilia as atitudes para o bem estar da relação e a segurança na construção da minha história; por isso, a cumplicidade é jogo de viabilidade e estabilidade no meu relacionamento.
O importante no jogo de amar é cultivar atividades para ter a sensação de satisfação ao reencontrar sua essência. Vivo o amor de forma plena e sei que ele depende do meu comportamento (na tristeza, alegria, doença) para perdurar. O amor não é perfume que esvanece depois de um tempo. Rubem Fonseca demonstra formas de comportamentos, em seu livro Histórias de Amor.
No jogo de amar posso ganhar ou perder, porque são naturais as diferentes linhas de pensamentos, atitudes, discussões e cobranças. No geral, busco o bem-estar, harmonia e parceria, sem culpas. A vida à dois é feita de soma, divisão e multiplicação, como verdades maiores, como encontro no livro Para Viver um Grande Amor, de Vinícius de Morais.
Jogo de amar é exercício de coragem; nele a essência é força para viver no mundo há cobrança apenas pelo sucesso, dinheiro, bens materiais e beleza estética. Ás vezes, reencontro a felicidade na lembrança dos sonhos e gestos que escolhi e escolho para o caminho da libertação, como sabedoria na hora de jogar. Zygmunt Bauman questiona, “O que é felicidade? É possível alcançá-la definitivamente?... O que há de errado com a felicidade?... Sociedade... movida por homens e mulheres em busca da felicidade, estão se tornando mais ricas, mas não está claro se estão se tornando mais felizes...”