A cor da dor
Ao buscar a cor da morte na taça que sorvo
busco apagar as tristezas encrustadas na pele
Apenas o cinzeiro cheio testemunha a derrocada
em cada gole no tinto do vinho
Nesse instante que observo
como é grande a gloriosa tristeza
e nessa crueldade
Somente a embriaguez me abraça
No espelho em seu aço me fito a me fitar
não reconheço a pouca esperança desse corpo
e de novo no copo me procuro e me tinto
No chão sua foto arremessada em desprezo
em cada canto brilha um tiquinho da vida
retratando a nossa moldura quebrada
Busco assim em cada gole
embalando no tilintar das horas
na escuridão da mente te esquecer
Em cada gole vai me ver renascer..
em cada gole...
No final de... cada taça.