Nosso encontro (T851)
Lá estava ele em um ônibus, rumo ao desconhecido, logo ele que nunca dera um passo sem ser ousado, sem ter certeza do que veria, para ele na dúvida era melhor não fazer, mas lá estava ele, em busca do que achava impossível em sua vida, achava que jamais teria uma nova chance para seu coração. Havia sofrido demais com a separação, foram dias, meses em que seu coração apertado chorava as mágoas de uma coisa que nunca quis, de repente uma luz, uma pérola aparece em sua vida, radiante, só que alguém que estava ainda para conhecer pessoalmente.
Não se lembra como tudo aconteceu, só que foram se falando na internet, se conhecendo a cada conversa, sentia que a conhecia a tanto tempo que a distância passou a ser algo sem importância, e não pensava mais nada, tinha que conhecê-la, mesmo que fosse só por um momento, sentí-la próxima, ouvir sua voz, tocar seus cabelos, enfim, ser o mais próximo do que já sentia ser.
Naquele ônibus sua ansiedade crescia de uma maneira inacreditável, parecia que o tempo havia parado, ele tentava relaxar, mas era em vão. Como era bom sentir aquele estado, era como se estivesse vivo, como se voltasse a viver, não importava até onde poderia ir, mas naquela hora só importava o momento.
O ônibus estava parando na estação, um frio percorreu-lhe o corpo, ele sabia que ela estava lá fora esperando por ele, saiu e viu um vendedor com botões de rosa, pegou um botão e foi saindo pela plataforma, ficou parado esperando aquele povo se dissipar, ali com a rosa na mão na vê ninguém, cadê ela, será que desistiu na última hora, será que perdera a coragem, não pode ser.
Quando de repente alguém toca em seu ombro, ele se vira, era ela, bela e formosa, um belo sorriso, bem como lembrava dela nas fotos, olhos nos olhos dela, ergue a rosa e a entrega para ela que recebe sem desviar os olhos dela dos dele, aproxima-se, e os dois como se já se conhecessem a tempos se beijam ardentemente enlaçados numa paixão só deles.
Alexandre Brussolo (13/07/2010)