A descoberta da Terra
Num momento em que instigados por ideologias a seita dos que negam a ciência tem ganho milhares de novos adeptos. Em que assistimos os terraplanistas saírem das suas cavernas primitivas e se incorporarem a esta seita, se comemora os 500 anos do início da expedição do navegador português Fernando de Magalhães.
A viagem de Fernando Magalhães é considerada um dos maiores acontecimentos da humanidade. Alguns historiadores dizem ser maior do que a chegada do homem à Lua. Magalhães não apenas contornou o planeta por mar pela primeira vez. Mais do que provar ser redonda, o português teria feito a “descoberta da Terra”.
Para nós que hoje usamos o GPS até para ir a próxima esquina, é impossível imaginar a coragem daqueles homens aventureiros. Eles não viajavam em modernos e confortáveis transatlânticos. Enfrentavam tempestades, fome, sede, calor, frio e doenças. Havia naufrágios batalhas e motins. A punição aos rebeldes era o esquartejamento.
O jornal A Folha de São Paulo do domingo passado trouxe uma excelente reportagem sobre a viagem de Fernando Magalhães. Diria ser bem mais do que uma reportagem jornalística. É uma autêntica aula tanto de história quanto de geografia. Dessas que os livros escolares não se propõem a contar. Então, vale a pena procurá-la e lê-la
A frota de Fernando Magalhães composta por cinco naus e 243 homens partiu da Espanha em 20 de setembro de 1519. Dois dias após o Natal daquele ano chegou na costa do Rio de Janeiro. Negociando com os indígenas, compraram carne de anta e um fruto de sabor doce. Seria mais tarde batizado de abacaxi.
Em junho de 1520 a nau Santiago naufragou. Em outubro mesmo ano, a nau San Antônio deserta e retorna à Espanha. Ao se depararem com um mar calmo batizam o mesmo de Oceano Pacífico. Em 27 de abril de 1521 Fernando Magalhães é morto numa batalha. Juan Sebastian Elcano assume o comando da frota. Com a tripulação reduzida a nau Concepción é queimada.
Se Fernando Magalhães não tivesse morrido, possivelmente a frota teria retornado. Então coube a Elcano que seguiu adiante a glória final da volta ao mundo. Após chegar com duas naus nas ilhas Molucas em dezembro de 1521, só uma estava em condições de seguir viagem.
Em 6 de setembro de 1522, a nau Victória com o casco perfurado e apenas 18 homens com ferimentos mal curados e magros chegou à Espanha. Desembarcado suplicaram por velas de cera. Queriam acendê-las nas igrejas agradecendo aos céus pelo retorno.
O feito de Fernando Magalhães e Juan Sebastian Elcano continua inspirando o navegador Amyr Klink: “É absolutamente extraordinário o que eles fizeram”.