Os senhores das armas
Foi a partir das duas últimas décadas do século 20 que o mundo começou a ouvir falar da globalização. Ainda sem viés ideológico definido embora a política estivesse presente, a globalização visava a integração do conhecimento, da economia e da cultura. Alertava ainda, para as mudanças climáticas.
Hoje é sabido que a globalização desempenhou papel fundamental na “Perestroika” de Gorbachev. O que ninguém podia nem sonhar aconteceu. O império comunista russo desabou em poucos meses. O momento histórico da capitulação comunista exibido como troféu de guerra pelo Capitalismo foi a queda do “Muro de Berlim”.
Outro papel decisivo da globalização foi na formação da União Europeia. Uma Europa com moeda única e praticamente sem fronteiras. Se o medo do terrorismo não fez tudo desmoronar, o movimento migratório está mudando perigosamente o viés ideológico no continente.
Quando o terrorismo desferiu seu ataque mais espetacular dentro do território do maior império ocidental capitalista, a globalização foi olhada com desconfiança pela primeira vez. Não foi a globalização quem produziu o extremismo. Ele sempre existiu. Um mundo conectado criou maiores facilidades nas lavagens cerebrais. Vejam o Brasil.
Talvez, o último ato produzindo pela globalização comemorado, apoiado e financiado pelo Ocidente foi a Primavera Árabe”. As revoltas e revoluções que derrubaram alguns governos e ditadores árabes. Na Síria deu tudo errado. O ditador permanece no poder, o país está destruído e em guerra até hoje.
Enquanto acontecia em países não de Primeiro Mundo chamava a atenção, porém, não causava preocupações. Quando aconteceu na maior democracia do planeta, a luz de alerta acendeu. Um radical de direita foi eleito ali. Já se sabe que Donald Trump vem criando uma seita de seguidores. O mundo deve temer essa seita.
Um dos subprodutos que a globalização ajudou a criar, hoje serve combustível político. A crise migratória mundial é usada pela extrema direita e pelo populismo na escalada ao poder. É assim nos Estados Unidos. O perigo de todo o Ocidente seguir o modelo não é imediato, mas real. Na Europa a extrema direita está em ascensão como nunca antes.
Sabemos que o extremismo de direita abomina a ciência. Os estudos científicos são invenções de alguns idiotas, e as mudanças climáticas contos de fadas. Estranhamente prefere fingir acreditar nos contos dos livros religiosos. Às vezes, de joelhos.
Isto não é tudo. Instigado pelos senhores da guerra e das armas, Donald Trump tem a intenção de iniciar uma nova corrida armamentista no planeta. Putin, que ainda sonha reunificar pela força seu amado e glorioso império russo concorda com a corrida.