A esperança e a dor
Um Mark Manson sarcástico, debochado, filósofo e delicioso de ler está de volta. No seu livro “A Arte de Ligar o Fda-se”, Manson ensinou os leitores a olhar no espelho sem as falsas maquiagens. Como fugir do nosso complexo de inferioridade. Ensinou a sua fórmula de pensamento positivo. Agora ele brinda os leitores com “Fdeu Geral”.
Na festa de “Fdeu Geral”, encontramos alguns convidados ilustres. Platão, Isaac Newton, Immanuel Kant, Freud, Nietzsche, Einstein e alguns outros. Esmiuçando seus escritos, Manson os acrescenta as suas teorias. Podemos concluir estarmos mesmo ferrados num baita fdeu geral. Ou, que Mark Manson encontrou uma maneira divertida de não se sentir ferrado sozinho e quis compartilhar.
Para quem imagina ter apenas um cérebro, Manson mostra que temos dois. O cérebro pensante e o cérebro sensível. Quando li isso, logo pensei naquilo que muitas vezes escrevo. Nos anjinhos e diabinhos que habitam nossos subconscientes. Eles estão sempre em guerra pela supremacia. O segredo é mantê-los bem acorrentados.
A primeira parte de “Fdeu Geral”, mostra como o sentimento da esperança é um dos principais males que acometem os humanos. O desejo de sentir esperança é infinito. Sempre estamos renovando nossas esperanças de conseguirmos algo a mais. De que amanhã será melhor. Com o amanhã chegando pior, a esperança se volta para o depois de amanhã... No fim, esse ciclo vicioso acaba nos ferrando como humanidade.
A segunda parte de “Fdeu Geral” aponta o dedo culpando outros sentimentos humanos por também nos ferrar. O prazer, a felicidade e a dor. Dor aqui deve ser entendida como sacrifícios. Queremos uma vida de felicidade e prazeres plenos. Só que como o diabo foge cruz, fugimos dos sacrifícios necessários para alcançar a felicidade e o prazer. Jamais alcançaremos um estágio de felicidade continua sem doses de dor.
Na viagem de “Fdeu Geral”, Manson faz paradas nas ideologias, nas religiões e na internet. Todos esses lugares são mercados especializados em ferrar os humanos. Sempre com promoções imbatíveis, só vendem o que desejamos comprar. Compramos a esperança do céu desde que não haja sacrifícios. O que muitas vezes seria necessário comprar nunca está à venda. Quem oferecer dor fecha as portas no dia seguinte.
Quando se trata de Inteligência Artificial, Manson faz seu exercício de visionário. No futuro a “IA” será a religião final da humanidade. Manson aponta até quem será o deus que receberá orações humanas diariamente. O algoritmo. Conscientes ou não, já oramos para esse deus nos dias atuais. E nossos pedidos são atendidos imediatamente.
O livro termina com Manson ousando ter esperanças no mundo idealizado por suas teorias. É a prova de que para a humanidade não há fuga. A evolução, ou se quiserem um deus trataram de ferrar os humanos. Desde as cavernas ou do paraíso fdeu geral.