Nuvem negra
Ali no horizonte,
a nuvem negra
não é mais um desenho cego.
Há uma noite perigosa
sem luar se aproximando,
as estrelas são fake news.
O vácuo espreme as verdades,
um fugitivo indolor
vomitando mentiras consumíveis.
Nesta noite os predadores caçam,
não buscam beber o sangue,
o banquete é a lavagem cerebral das carcaças.
A doença se espalha noite a dentro,
uma epidemia molestadora
cantando salmos desafinados.
Nesta noite não se vê o apagão,
nada também se escuta
além das algazarras ao redor dos totens.
O vômito escorrendo caudaloso
para além do horizonte lambuza a noite
não haverá nem desenho cego do amanhecer.