A ESTRANHA INTELIGÊNCIA
Um relatório divulgado pela ONU faz uma previsão da população mundial até o final deste século. Em 2100 o planeta será habitado por 11 bilhões de humanos. Hoje somos 7,7 bilhões. Espantoso é que nos cálculos deste relatório, o planeta ganhará mais 2 bilhões de habitantes em apenas 30 anos. Estamos procriando sem inteligência.
É surpreendente como a nossa raça dominou o planeta. Dentre todas, somos a raça mais frágil que vive aqui. Tanto no sentido físico, emocional e psicológico. Teoricamente teríamos substituídos os instintos animais pelas doces emoções. Rapidamente apelamos para o bullying quando algo ou alguém expõe a nossa irracionalidade.
Para atestar a estirpe de superiores, gostamos de exibir nossa alcunha de inteligentes, mas o que significa ser inteligente. Da maneira como vejo um ser superior inteligente, contesto a inteligência humana. Uma raça que decidiu usar a inteligência como arma, pode ser tudo menos inteligente.
Uma raça inteligente não precisaria desenhar fronteiras e bandeiras. Não gastaria bilhões criando armas de destruição em massa. Gastaria bilhões na cura de doenças, não permitindo que novas fossem criadas. Não obrigaria soldados irem à guerra para matar, defender ou conquistar seus semelhantes. Não sentiria prazer causando genocídios. Não espalharia milhões de refugiados pelo planeta.
Uma raça inteligente não criaria heróis, super-heróis ou mitos. Uma raça que vive sonhando ser salva não é nada inteligente. O conhecimento não usa capa nem espada. Talvez, seja este o motivo dele viver sempre esquecido e empoeirado. Chamamos de inteligência até algo que poderá nos escravizar num futuro próximo.
Uma raça inteligente não precisaria estar presa a convenções pré-estabelecidas. Não precisaria de leis escritas em livros. Tampouco obedecer ou fingir obedecer às fábulas dos “livros sagrados”. Uma raça inteligente não precisaria de um criador, altares, templos ou monumentos de pedras, para evocar seus temores diante do que não compreende.
Uma raça inteligente jamais se permitiria conviver com a sua essência do mal. Ela seria extirpada pela raiz. A razão seria o único mandamento. Só que nossa inteligência tem como princípio rasgar o mandamento da razão. Um dia essa nossa atitude fará o planeta entrar em colapso. Neste dia não chegarão deuses, heróis e super-heróis para nos salvar.
Quero acreditar que somos a exceção entre as civilizações que habitam o Universo. Que a regra do que significa ser inteligente seja totalmente diferente da nossa. É possível que um dia alguém chegue vindo das estrelas. Talvez, neste dia teremos um parâmetro para a inteligência. Porém, a decepção nunca deixará de ser uma possibilidade.