O QUE FAZER?
O que fazer quando somos invadidos por emails indesejados? Bloqueamos e esperamos que não se repita, porque além de indesejados são constrangedores e, ainda mais, chegam com desconhecida maluquice e insistência. Não receber esse tipo de mensagem é o que realmente importa. Como em Roberto e Erasmo Carlos,”... esse sol que queima o meu rosto neste resto de esperança // ... Preciso acabar logo com isto...”
Através da internet nos relacionamos com o mundo exterior. Eu, tão somente, na área literária e cultural. Confesso que ainda me surpreendo com casos como dessa mulher, que se diz “presidente de uma academia de letras”; não se trata de pessoa sem cultura, mas, do pior estilo: assediar. O que não entendo é o seu discurso diário em que se declara sem (re)conhecer o destinatário. Para Hilda Hilst, “Não haverá um equívoco em tudo isto? / O que será em verdade a transparência / se a matéria que vê, é opacidade?...”
Esse tipo de invasão traz aborrecimentos para o meu dia. No momento em que abro seus emails, canso de suas palavras vazias; novamente tento me prevenir e a bloqueio. Nada resolvido! Lindolf Bell expressa, “Muito aprendi / da palavra engolida em seco. / e da palavra abatida / por palavras de equívoco / e sutis alvenarias de cinismo...”
O que fazer se as mensagens continuam e extrapolam a realidade da criatura, na ficção de sua imaginação? Hilda Hilst ressalta, “... Como os humanos temem suas trevas! / Como temeis em vós a criatura!...”
Na esperança de que possa terminar com esse tipo de invasão, bloqueio novamente o seu “endereço”, novamente e novamente e, mesmo assim, suas mensagens continuam a chegar, insistentemente, para a minha inquietação.
Que fazer? A questão contracena com o bom senso e a responsabilidade do provedor do meu endereço virtual: se bloquear é vedar, por que não funciona definitivamente? Sinto na pele a tradução literal da expressão “invasão de privacidade”. O que mais posso fazer?