O Real Sentido da Vida
Por
Silvio Dutra
Abr/2019
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A474
Alves, Silvio Dutra
O real sentido da vida / Silvio Dutra Alves
Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019.
40p.; 14,8 x21cm
1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Alves, Silvio Dutra.
I. Título.
CDD 252
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Já na promulgação da Antiga Aliança, Deus havia declarado a Moisés qual foi o motivo pelo qual havia formado um povo exclusivamente para Si, e Moisés o expressou nas seguintes palavras: “12 Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, 13 para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem? 14 Eis que os céus e os céus dos céus são do SENHOR, teu Deus, a terra e tudo o que nela há. 15 Tão-somente o SENHOR se afeiçoou a teus pais para os amar; a vós outros, descendentes deles, escolheu de todos os povos, como hoje se vê. 16 Circuncidai, pois, o vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz.” (Deuteronômio 10.12-16) Podem ser destacados três passos inter-relacionados neste texto: primeiro, temer o
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Senhor, andando em todos os seus caminhos, amando-o e servindo-o voluntariamente de todo o coração e alma; segundo: para que os mandamentos fossem guardados com tal disposição de alma; terceiro: mas, para tanto, o coração deveria ser circuncidado, e a cerviz não mais endurecida.
É maravilhoso saber que como crentes não somos chamados a servir a Deus de modo meramente religioso, e muito menos legalista.
É por amor e para o amor que o servimos.
Tudo que não carregue consigo esta marca do amor divino em nós é de qualquer valor e proveito, como dizer do apóstolo Paulo em I Coríntios 13.
Todas as ameaças, juízos e boas promessas da Palavra de Deus têm em vista nos aperfeiçoar neste amor.
O coração não pode ser circuncidado, ou seja, ser despojado do prepúcio das impurezas, senão por meio da interposição de tribulações e aflições, e de igual modo, um ego elevado, não pode ser submetido senão pelo trabalho da cruz, no exercício da abnegação.
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Todos estes meios dolorosos, quando aplicados ao povo de Deus, têm em vista, promover o amor que é o real sentido da vida, conforme ele se encontra na pessoa do próprio Deus.
Jesus veio para manifestar expressamente esta vida em amor que deve haver entre os crentes como ela existe na trindade. Sem isto não há vida, senão morte. Por isso, somente Ele é o caminho, a verdade e a vida, e veio para que tenhamos esta vida em amor em abundância, posto que foi para isto que fomos criados e chamados por Deus para sermos seus filhos amados.
O Senhor repreende e disciplina a todos os que são amados por ele. Ninguém está livre de ser visitado pela correção divina, a menos que seja bastardo e não filho.
Estas ameaças e correções são motivadas pelo amor, para que sejamos aperfeiçoados em santidade, sem a qual, é impossível viver na plenitude deste amor divino.
Daí encontrarmos na Lei ameaças de castigos para conduzir o povo não somente ao arrependimento, quando pecasse, mas à produção de um caminhar debaixo do temor e
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do amor de Deus, conforme expressado nas palavras de abertura deste livro.
“Então, eu vos farei isto: porei sobre vós terror, a tísica e a febre ardente, que fazem desaparecer o lustre dos olhos e definhar a vida;” (Levítico 26.16) “O SENHOR fará que a pestilência te pegue a ti, até que te consuma a terra a que passas para possuí-la. O SENHOR te ferirá com a tísica, e a febre, e a inflamação, e com o calor ardente, e a secura, e com o crestamento, e a ferrugem; e isto te perseguirá até que pereças.” (Deuteronômio 28.21,22) Estas eram algumas das formas de punição previstas na Lei, para que pelo temor da aplicação de tais penas dolorosas, Israel se desviasse de seus maus caminhos e buscasse guardar os mandamentos de Deus. Disto, como não poderia deixar de ser, passou a existir na consideração das punições previstas na Lei, uma mentalidade exclusivamente legalista, do tipo: “errou tem que sofrer e pagar pelo erro que cometeu.” Era muito comum se associar perdas, enfermidades, a pecados que
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não foram confessados e deixados, conforme agiram os amigos de Jó em relação ao patriarca atribuindo-lhe suas ofensas a Deus como a causa de todo o seu sofrimento, e que portanto, caso se dispusesse a confessar seus pecados Deus removeria todo o mal que lhe havia sobrevindo. Sabemos que Jó não foi atribulado daquela forma por qualquer juízo punitivo que lhe tivesse vindo da parte de Deus. Todos conhecemos bem a história e o bom testemunho que Deus dera de Jó de ser homem justo, temente a Deus e que se desviava do mal. Nem tampouco foi simplesmente para vencer o argumento do diabo que Jó amava a Deus por interesse, que ele foi submetido àquela prova terrível. Havia bons propósitos tanto para o ensino de Jó, quanto aos de todos os que seriam abençoados futuramente com a leitura do seu livro. Dentre estes podemos destacar os seguintes: - Nenhuma tribulação é motivo para duvidarmos do amor e cuidado de Deus por nós. - Em vez de recuar na fé na hora da aflição, devemos ao contrário fazê-la valer principalmente nestas horas.
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- Na fraqueza extrema produzida pelas aflições, sobretudo por enfermidades, somos chamados a refletir que não devemos viver pela energia do nosso ego, mas pela vontade de Deus. - As tribulações devem ser enfrentadas com mansidão e paciência, - Pelas aflições somos chamados a fazer um exame de nossas vidas, para ver se há algum hábito, ainda que lícito, que tem atrapalhado a nossa comunhão com Deus, e nos dispormos a deixá-lo. Como os vasos de misericórdia, que são os crentes, devem estar limpos para o uso honroso por Deus, o Senhor usará todos os meios que forem necessários para enfraquecer a carne e o vigor do homem natural, ou velho homem, para que aperfeiçoe o poder do homem espiritual ou novo homem. Por tudo o que foi dito podemos concluir que o modo legalista de considerar as tribulações que enfrentamos não é o modo adequado de avaliarmos as ações de juízos de Deus contra nós, especialmente na presente dispensação da graça.
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Alguém caiu acamado ardendo em febre e incapaz até mesmo de pronunciar orações bem articuladas. É provável que alguém se adiante com o diagnóstico que é geralmente errado e precipitado: “Isto é o juízo de Deus sobre algum pecado cometido.” Mas, como isto se explica, se isto lhe sobreveio justamente em um momento em que se encontrava em plena comunhão com Deus, andando debaixo do seu temor, e guardando-se da prática do pecado? A graça nos educa, e nos chama ao exercício da vida piedosa em mansidão e paciência. Se não houvesse qualquer outro fruto espiritual em vista, este já valeria a experiência, pela oportunidade aberta de colocar a mansidão e a paciência no sofrimento em prática, por não murmurar, queixar-se contra Deus, e até mesmo contra as próprias tribulações. Geralmente, quando cheios de vigor, força e bom ânimo, somos dados a esquecer que tudo isto nos vem da parte do Senhor, e também não costumamos pensar muito no dever da humildade de coração e mansidão ao qual somos chamados pela imitação de Jesus. Mas, quando somos enfraquecidos, e o Senhor restringe a concessão da sua graça vivificadora e fortalecedora, logo ficamos de frente com a nossa completa incapacidade.
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Quando Deus nos leva a este ponto de abatimento torna-se muito difícil, senão até mesmo impossível, exultar com alegria exterior em cânticos de louvor, e outras formas de exteriorização da nossa fé. No leito de dor, incapaz de andar, indisposto para se alimentar, sentindo náuseas, dores por todo o corpo, e a ardência da febre que queima até os ossos, pode-se chamar a isto de experiência de morte em vida, e bem-aventurados são aqueles que tiverem sido provados assim por Deus, pois aprenderão que dependem totalmente da suficiência da graça divina para ter força para tocar a vida. Se nossa vida está nas mãos do Senhor, de igual forma também a nossa morte. Pelas fraquezas a que fomos submetidos aprendemos a desconfiar totalmente de nós mesmos, e a depositarmos a nossa confiança inteiramente no Senhor, não para vivermos o que seja da nossa própria vontade, mas para realizarmos a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, revelada na Sua Palavra, pois é nisto que consiste o real sentido da vida, conforme a nossa santa vocação. A nova natureza que recebemos por meio da fé em Cristo, é celestial, espiritual e divina. É
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somente ela a vida que permanecerá para a eternidade, e portanto, somos chamados a viver como espirituais e não como carnais. Agora, isto somente pode ser conhecido por crentes, e ainda assim, por aqueles que estejam sendo instruídos e dirigidos pelo Espírito Santo, o que, a propósito, é muito raro de ser visto em nossos dias, em razão da multiplicação da iniquidade e da fixação de objetivos mundanos carnais como sendo os grandes alvos de conquista para a fé nesta vida. O amor de Deus não pode permanecer naqueles que amam o mundo. Coisas espirituais não podem ser reveladas a uma mente carnal. Faça-se o homem espiritual e ele poderá ser instruído nos mistérios do reino de Deus e sobre o modo de viver para Ele. Não admira que tudo o que é recomendado aos crentes na Palavra da verdade, vá na contramão de tudo o que é considerado elevado pelo mundo, mas que é abominável para Deus. “20 Então, olhando ele para os seus discípulos, disse-lhes: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.
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21 Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, os que agora chorais, porque haveis de rir. 22 Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem. 23 Regozijai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu; pois dessa forma procederam seus pais com os profetas. 24 Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação. 25 Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque vireis a ter fome. Ai de vós, os que agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar. 26 Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas.” (Lucas 6.20-26) O riso condenado pelo Senhor nessa passagem bíblica não é aquele decorrente de uma alegria santa e cheia de fé de se estar fazendo a vontade de Deus, alegria esta, que a propósito nos é ordenada, pois estar em comunhão com Deus e estar insatisfeito são coisas contradizentes
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mutuamente. Ninguém que tenha passado pela presença do Senhor, será movido a estar com o seu espirito amuado e entristecido. O mundo foi amaldiçoado por causa do pecado. A Terra está cheia de todas as formas de pecado. O pecado habita no coração de todo homem, mesmo quando tenha sido destronado pela graça. Que motivo há então para tanto festejo carnal? Como podem malfeitores, transgressores da vontade do grande Rei, se reunirem em seus festejos carnais para se alegrarem em sua prosperidade, saúde etc? Não é isto uma grande afronta à Majestade do Céu? Quão poucos têm olhos espirituais para enxergarem esta verdade. Então o Senhor, não aponta uma cura para os tais, mas um terrível juízo que lhes sobrevirá e pelo qual haverão de chorar e lamentar eternamente, por terem gastado suas vidas na busca de seu próprios prazeres egoístas.
Poucos se dão conta de que vivem em um mundo tenebroso que jaz no Maligno. A missão dos crentes é a mesma de Jesus a saber, a de transportar pessoas das trevas para a luz, e do domínio de Satanás para o de Deus.
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Se o real sentido da vida estivesse nas coisas deste mundo, jamais seríamos advertidos na Bíblia com palavras como as seguintes: “32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; 33 mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus. 34 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. 35 Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. 36 Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa. 37 Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; 38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.
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39 Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.” (Mateus 10.32-39) Não se fala aqui de masoquismo ou indução ao suicídio, mas de não se colocar qualquer valor eterno e significativo na vida natural deste mundo, a qual não somente é passageira, como também está eivada de pecados. A carne é inimizade contra Deus. O homem natural não ama a Deus. Então os que são de Deus devem crucificar a carne com suas paixões para viverem no amor de Deus por meio de Jesus Cristo. O grande problema da igreja moderna é justamente este de negligenciar a importância da mortificação do pecado para a plena santificação da vida. Os crentes barateiam enormemente o quanto se exige deles de renúncia total e mortificação do ego pelo carregar diário da cruz, e plena vida de vigilância e oração, e assim, permitindo-se um viver carnal e mundano em muitas coisas, são destituídos de poder espiritual e por conseguinte, tornam-se servos inúteis que estão enterrando seus talentos, pela falta de aplicação e cuidado real com a santificação de suas vidas.
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Se a santificação não fosse absolutamente necessária, por que haveria na Palavra de Deus tantas orações e exortações no sentido de que sejamos santificados completamente em nosso corpo, alma e espírito (I Tessalonicenses 5.23)? A vida abençoada que a igreja busca nestes dias pouco tem a ver com os interesses do reino de Jesus e a sua exclusiva glória, mas com a realização de alvos terrenos, prosperidade material, e tudo o mais que nada tem a ver com o que é celestial, espiritual e divino, em que os crentes são chamados a fixar sua atenção e objetivos. “25 Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse: 26 Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27 E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo. 28 Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?
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29 Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, 30 dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. 31 Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? 32 Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz. 33 Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. 34 O sal é certamente bom; caso, porém, se torne insípido, como restaurar-lhe o sabor? 35 Nem presta para a terra, nem mesmo para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Lucas 14.24-35). Esta questão de se levar o pecado realmente a sério, e ainda mais seriamente do que o próprio pecado, a vida de real santidade, que Jesus não somente orou para que fôssemos santificados
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na verdade (João 17.17), como também fez aplicações do quanto será exigido de nós para que alcancemos esta vida santa vitoriosa, a ponto de arrancarmos a mão direita ou o olho direito, caso necessário para que vencêssemos o pecado. Dores, renúncias estão implicadas nisto. Há uma terrível batalha da carne contra o Espirito e do Espirito contra a carne. O velho homem não permitirá que seja despojado sem grande resistência. Se não levarmos isto na devida consideração que deve receber, já estaremos derrotados logo no início, pois não há vitória sobre o pecado sem diligência, disciplina e determinação no objetivo de se consagrar inteiramente a Deus. A luta contra o pecado deve ser um programa de vida, e deve se tornar um hábito, porque se faltar este programa de vida, seremos vencidos pela morte, que é o salário do pecado. Aqui, enfatiza-se a morte espiritual que é a separação da comunhão com Deus, o não ser usado por Ele, e viver neste mundo como um morto espiritual, ainda que tenha sido regenerado pelo Espírito Santo. Neste estado, o crente necessita de uma segunda obra do Espírito Santo, que é a de renovação do seu ser e dons. Mas isto não ocorrerá enquanto não houver um sincero arrependimento e desejo de se consagrar ao Senhor.
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Lembremos sempre que Deus jamais usará, quando tem em vista ser glorificado, um vaso sujo. A purificação de toda forma de pecado é absolutamente necessária para o uso em glória por Deus, pois é um Deus inteiramente santo, justo e bom. O Pai, portanto, somente pode ser glorificado, quando é vista a mesma santidade e pureza em seus filhos. “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” (II Coríntios 7.1). “19 Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor. 20 Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. 21 Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra.
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22 Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor. 23 E repele as questões insensatas e absurdas, pois sabes que só engendram contendas. 24 Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, 25 disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, 26 mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade.” (2 Timóteo 2.19-26). Em contraste com esta vida de santidade que é mediante o andar no Espírito e prática da Palavra, o apóstolo apresentou a condição que existe naqueles que seguem a inclinação da carne e vivem ausentes da vida de santidade em Deus, em cujos comportamentos e atitudes não devem em nada ser imitados. “1 Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis,
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2 pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, 3 desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, 4 traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, 5 tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. 6 Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, 7 que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade. 8 E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé; 9 eles, todavia, não irão avante; porque a sua insensatez será a todos evidente, como também aconteceu com a daqueles.
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10 Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança, 11 as minhas perseguições e os meus sofrimentos, quais me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra, – que variadas perseguições tenho suportado! De todas, entretanto, me livrou o Senhor. 12 Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. 13 Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. 14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste 15 e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. 16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
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17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3.1-17). Deus concederá a graça necessária em cada dia para um viver realmente vitorioso sobre a carne, mas aqueles que se habituaram à sujeira espiritual não devem contar com isto, uma vez que não é seu propósito o de serem lavados. Mas todos quantos se aproximarem do Senhor para serem purificados, podem estar certos de que no tempo próprio serão visitados pelo fogo do grande Ourives que os separará de todas as suas impurezas. “1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. 2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; 3 porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. 4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.
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5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; 6 por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]. 7 Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. 8 Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. 9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos 10 e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; 11 no qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos. 12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.
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13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; 14 acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. 15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos. 16 Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. 17 E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 1.1-17). Estando anteriormente morto em delitos e em pecados, o crente foi ressuscitado em uma nova criatura juntamente com Cristo, e como aos olhos de Deus o seu velho homem foi morto, o próprio Cristo passou a ser a fonte da sua nova vida, a qual encontra-se escondida nEle em Deus.
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Isto significa que tudo o que importa ser conhecido e vivido agora pelo crente, deve ser buscado e praticado somente em Cristo, segundo a fé nEle, para a recepção da virtude da Sua graça, pelo trabalho do Espírito Santo. Cristo se manifestou não somente para podermos ser perdoados dos nossos pecados, mas também e principalmente, para mortificar a nossa velha natureza na qual habita o pecado. Assim, é competência do crente fazer morrer a sua velha natureza terrena decaída no pecado, por meio das seguintes ações práticas dentre outras, conforme enumeradas pelo apóstolo: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria... ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou”. Além do despojamento de todas as obras da carne, é dever do crente, para que possa viver de modo agradável a Deus, revestir-se em razão de
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ser eleito, santo e amado de Deus, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. A paciência e a longanimidade devem ser exercitadas pelo exercício do perdão mútuo. Mas acima de todos os deveres ordenados é destacado pelo apóstolo que deve estar o amor celestial, espiritual e divino governando o coração do crente. Pois, realizar todas as coisas ordenadas sem amor, como já citado antes, não possui qualquer valor espiritual real. Tudo o que devemos fazer ou deixar de fazer, ou sofrer, deve ser em razão do nosso amor a Deus, estando nossos corações sendo efetivamente dirigidos por este amor. O amor ao qual Jesus define como sendo a obediência estrita aos Seus mandamentos, que nada mais é do que obediência real à Sua Vontade. “21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
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22 Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a nós e não ao mundo? 23 Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. 24 Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14.21-24) “9 Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor. 10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço. 11 Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo. 12 O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. 13 Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.
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14 Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. 15 Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. 16 Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. 17 Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros. 18 Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. 19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. 20 Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu Senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.
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21 Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou. 22 Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado. 23 Quem me odeia odeia também a meu Pai. 24 Se eu não tivesse feito entre eles tais obras, quais nenhum outro fez, pecado não teriam; mas, agora, não somente têm eles visto, mas também odiado, tanto a mim como a meu Pai. 25 Isto, porém, é para que se cumpra a palavra escrita na sua lei: Odiaram-me sem motivo. 26 Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim; 27 e vós também testemunhareis, porque estais comigo desde o princípio.” (João 15.9-27). Jesus estabelece com estas palavras uma linha divisória bastante clara que existe entre aqueles que são de Deus e os que são do mundo. De um lado da linha estão os que amam a Deus e do outro os que o odeiam. Do que se entende que
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quando o homem é justificado do pecado, e regenerado e santificado pelo Espírito Santo, o amor a Deus é uma evidência que passa a ser vista nele, como uma prova da genuinidade da sua conversão. E no que ele passa a amar a Deus, simultaneamente passa a amar a todos os que foram nascidos do mesmo Espírito Santo, tal como ele, a saber, todos os demais crentes. “1 Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. 2 Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. 3 Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, 4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” (I João 5.1-4). O apóstolo João definiu a relação existente entre o amor de Deus e a nossa purificação real do pecado de tal forma, que não deixa espaço para qualquer pensamento perverso que é muito
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comum em nossos dias de se tentar relacionar a graça de Jesus com a luxúria. Nenhuma pessoa tem a suposta liberdade que lhe seja concedida da parte de Deus para admitir a presença do mínimo pecado em sua vida, sem lhe dar o devido combate e resistência por meio da confissão, da fé no sangue de Jesus, e na prática da justiça. Nós vemos isto principalmente nestas demais palavras de sua primeira epístola: “5 Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. 6 Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. 7 Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (I João 1.5-7). “1 Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;
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2 e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. 3 Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. 4 Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. 5 Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: 6 aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou. 7 Amados, não vos escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o qual, desde o princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra que ouvistes. 8 Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando, e a verdadeira luz já brilha. 9 Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.
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10 Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. 11 Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.” (I João 2.1-11). “15 Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; 16 porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. 17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.” (I João 2.15-17). 1 João – 3 1 Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo.
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2 Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. 3 E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro. 4 Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. 5 Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. 6 Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. 7 Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 8 Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. 9 Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é
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a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. 10 Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão. 11 Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros; 12 não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas. 13 Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia. 14 Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. 15 Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si. 16 Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.
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17 Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? 18 Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. 19 E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranquilizaremos o nosso coração; 20 pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas. 21 Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; 22 e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável. 23 Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou. 24 E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. E nisto
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conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu. 1 João – 4 1 Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. 2 Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; 3 e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. 4 Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. 5 Eles procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. 6 Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.
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7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 8 Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 9 Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. 10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. 11 Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado. 13 Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito. 14 E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. 15 Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus.
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16 E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. 17 Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. 18 No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. 19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro. 20 Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. 21 Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.