... E POR FALAR EM EXCLUSÃO
A SOCIEDADE somos todos nós.
No entanto, quando mencionamos a palavra – Sociedade – ou quando alguém a ela se refere, logo imaginamos um grupo de pessoas bem vestidas, bem sucedidas materialmente, e, por algum motivo, “diferentes” das outras pessoas.
Essas “outras pessoas” são aquelas que chamamos de excluídas, ou marginalizadas.
Se a sociedade que imaginamos é constituída apenas de um pequeno grupo, podemos dizer que um por cento dos seres humanos são esse grupo e noventa e nove por cento são os excluídos.
Para ser excluído não é preciso ser ladrão ou assassino. Em algum momento de nossas vidas já nos sentimos marginalizados ou já marginalizamos alguém.
A família é uma pequena sociedade que exclui o velho, esquecendo-o num canto da casa, onde ele fica como se fosse um objeto a mais, sem passado e sem futuro.
O velho, que um dia foi moço e batalhador é considerado pela sociedade como um “peso morto”, um inútil, e o seu salário de aposentado demonstra o desprezo com que é tratado. Um dia também nós chegaremos à velhice e talvez possamos compreender o sofrimento desses seres humanos que a vida enfraquece e que tantas vezes nós magoamos.
O pobre é excluído porque não se veste bem, porque parece não ter conhecimento, não tem atrativos materiais que o distingam na multidão.
O doente é excluído porque não tem saúde.
O feio é excluído porque não possui beleza.
O desajustado é excluído porque tem problemas... e ninguém tem tempo... ninguém tem amor!!!
Enfim, existem milhares de motivos que inventamos para excluir pessoas e é como se quiséssemos criar uma sociedade formada só de pessoas ricas, bonitas, inteligentes e sem problema algum, mas de preferência que elas já nasçam assim, prontas, completas.
Mas sabemos que a realidade não é assim.
Tudo o que é duradouro na vida, e o que é bom, exige o esforço da luta, tudo precisa ser conquistado. A harmonia social é uma conquista que deve partir de cada indivíduo.
Não é uma “coisa” chamada sociedade que está excluindo seres humanos, somos nós próprios que estamos causando o sofrimento uns aos outros.
As causas da marginalização de pessoas estão dentro de cada um de nós, que possuímos a capacidade de amar ou de desprezar os nossos semelhantes.
Todos os seres humanos deveriam aprender a compartilhar a vida, e todos deveriam realmente pertencer ao grande grupo que chamamos SOCIEDADE.
Nenhuma leia poderá modificar o que nossos corações e nossas ações não quiserem modificar. Mas há uma Lei eterna que está ao nosso alcance e que está sendo muito desprezada no nosso mundo materialista: a Lei do Amor.
Esta é a Lei que precisa ser aplicada na vida de cada indivíduo.
Esta Lei se transforma em amizade, em solidariedade, em respeito, compreensão, tolerância e harmonia, se a vivenciarmos em nossos lares, nas escolas, no trabalho, no relacionamento humano, enfim, em todos os lugares e situações.
O AMOR não exclui ninguém e através dele as dificuldades são superadas
A mentalidade moderna está embrutecida pelo materialismo, pela urgência de provar de todos os manjares da vida e pela descrença nos gestos simples e desapegados. Esta é uma doença contagiosa que faz qualquer esforço parecer inútil. Mas aqueles que aprenderam a ter esperança sabem que cada gesto bom, por pequeno que seja, é capaz de produzir maravilhas na vida de cada um de nós.
O Amor também está marginalizado, excluído, porque a grande maioria não acredita nele, talvez porque nunca conheceram uma manifestação de apoio, uma palavra amiga, um sorriso apenas.
Para combater a exclusão, é preciso principalmente, aceitar as pessoas como elas são, e amá-las, sem querer moldá-las aos nossos próprios conceitos e padrões. E também necessário se faz aceitar-se a si mesmo, como ser humano cheio de limitações, imperfeito, e por isso mesmo sujeito a aplicar as leis do amor fraterno, para jamais excluir ninguém da tão difícil convivência social.
Saleti Hartmann
Professora e Poeta
Cândido Godói-RS
saletihartmann@gmail.com