PLANEJAMENTO URBANO
As ruas correm rumo a outras ruas
As casas enfileiram-se como soldados
As pessoas andam para lá e para cá
Nuvens de pássaros revoam
E cagam nos transeuntes sonâmbulos
Na praça, crianças jogam milho aos pombos
Um velho sentado à sombra da velha árvore
Espera a chegada da sua próxima hora
Lembrando seus idos tempos de criança
A vida resume-se a ruas que sempre
Se encontram umas com as outras
Carregando as pessoas aos seus encontros
Nas encruzilhadas com suas cruzes traçadas
Nos escritórios dos engenheiros geométricos
Com suas réguas e seus esquadros
E seus fascínios pelas linhas retas
Na tentativa permanente de remodelar
A natureza teimosamente curvilínea