Desejo de vingança
- Aprenda de uma vez por todas. Quem manda aqui sou eu, entendeu? – Disse Nestor aos berros, depois de estuprar a filha mais uma vez. Ali está Tereza, a roupa rasgada e a alma ferida; caída no chão de azulejo velho e sujo, com os joelhos e cotovelos ralados, culpa do pai que lhe bateu até que ela cedesse aos caprichos dele.
Nestor ficou em pé na frente da filha, o membro ainda ereto. Tereza de cabeça baixa segurava o choro, pois sabia que se o pai a visse em prantos lhe bateria mais. Odiou ter o pai em cima dela, detestava o cheiro dele, o odor de cerveja e cachaça que saia dos poros de seu velho pai.
Tereza aproveitou um momento de distração de Nestor para ficar em pé. Deu dois passos para trás e ficou com as costas próximas a gaveta onde as facas do pai eram guardadas. Precisava ser o mais discreta possível para fazer aquilo que seu coração pedia.
Mas não durou muito tempo e a desatenção de Nestor foi para o ralo.
- O que faz aí? Vamos responda-me?- Perguntou Nestor aos berros.
E a voz de Tereza não saiu.
- Hein sua vagabunda?! Quero uma resposta!
Com as mãos tremendo e o coração disparado, Tereza colocou a mão direita cuidadosamente no puxador da gaveta. O pai olhando diretamente em seus olhos, Tereza segurando o ar e tentando controlar o medo. E a gaveta se abriu. Tateou as facas e sentiu a maior, eram mais de quinze centímetros de lamina. Segurou o cabo com firmeza, e posicionou a arma atrás de si.
Nestor foi se aproximando. A mão de Tereza foi ficando firme. Nestor ficou bem perto da filha, tão perto que o cheiro dele fez a filha quase vomitar. Um beijo no pescoço e a mão nojenta de seu pai em sua perna. Com um só golpe, Tereza cravou a faca com tudo no estômago do pai.
O que se viu em seguida foi terrível. O sangue saindo da boca de Nestor enquanto a faca avançava mais profundamente na barriga dele rasgando tudo por dentro. Nestor conseguia sorrir, um sorriso horripilante de satisfação. Já Tereza também sorria, mas era de alivio. A faca a fez ser libertada de anos de pesadelo. Dando a ela aquilo que ela mais desejava, o poder. A partir daquele dia homem nenhum chegaria perto dela se ela não permitisse; ninguém jamais ousaria lhe abusar, nem ela e muito menos as filhas que futuramente teria. Pobre de quem tentasse, Tereza estava disposta a matar.