UMA RAÇA EXTERMINADORA
A primeira parte de “Sapiens – Uma Breve História da Humanidade” escrito por Yuval Noah Harari tem como título “A Revolução Cognitiva”. Que teve início há 70 mil anos. Na cronologia 430 mil anos após o aparecimento dos Neandertais na Europa, e 130 mil anos do Homo Sapiens na África Oriental. Os Neandertais desapareceriam 40 mil anos mais tarde. Os Sapiens conhecidos como humanos dominariam o planeta.
Harari também chama a “Revolução Cognitiva”, que há 12 mil anos foi substituída pela “Revolução Agrícola” de “Começo da história”. É quando surge a linguagem ficcional. Nossos ancestrais começam a acreditar em coisas que não existem. Cita como exemplo, que nenhum macaco trocará suas bananas gostosas pela salvação no céu dos macacos.
É durante a “Revolução Cognitiva”, que os humanos se espalham pelo planeta a partir da África. Nesta saga levam na bagagem o extermínio. Aonde chegam, em pouquíssimo tempo a fauna animal local é praticamente dizimada.
Logicamente, os humanos contam com a defesa de muitos especialistas. Que costumam inserir na equação desse “holocausto” a variável das mudanças climáticas. No entanto, difícil de explicar é o motivo dessas mudanças ocorrerem sempre após a chegada dos humanos.
Harari trata a chegada dos humanos à Austrália como um dos acontecimentos mais importantes da história. Equiparou em importância com a viagem de Colombo à América, e a expedição da Apollo 11 à Lua. Quem não deve ter gostado da visita foi a fauna animal australiana. A maioria marsupiais gigantes.
Bastaram alguns milhares de anos para todos desaparecerem. Das 24 espécies de animais australianos pesando 50 quilos ou mais, 23 foram extintas. Toda a cadeia alimentar daquele continente foi quebrada. Apenas uma mudança climática teria essa capacidade de extermínio? Lembrando que os animais marinhos permaneceram intactos.
Os humanos alcançaram o Alasca vindos da Sibéria. Dali se espalharam pelas Américas chegando até a “Terra do Fogo” na extremidade sul da América do Sul. O mesmo extermínio aconteceu. Apenas dois mil anos após a chegada dos humanos, na América no Norte 34 dos 47 gêneros de grandes mamíferos tinham desaparecidos. A América do Sul perdeu 50 de 60. Na Amazônia foram dizimadas preguiças-gigantes de 8 toneladas.
Os humanos da “Revolução Cognitiva” produziram uma extinção em massa. A “Revolução Agrícola” não ficou para trás. A “Revolução Industrial” iniciada há 200 anos, segue o ritmo da extinção silenciosa, mas eficiente.
Harari encerra o capítulo com uma profecia. No futuro na “Arca de Noé” restarão apenas humanos e animais domesticados que são os escravos nas galés da arca.