Tarde Tristonha...
Observei a tarde que caía sonolenta,
Então, percebi-te passando por ela...
Percebi-te, assim, passando desalenta
Qual o bruxuleio de uma vela...
Sem saber-te triste eu te conheci...
Grande agonia em ti a tarde revelava!
E foi assim a primeira vez que eu a vi
E nem bem te vi já passavas!
Percebi em ti solidão à beça!
Uma discreta amargura na leveza do andar...
Passavas à minha frente sem a pressa
Que faz o tempo girar...
Alcancei-te num passarinho que voavas...
Procurei em suas cores um bem-te-vi...
Mas o que vi na tarde é que passavas
Como a sombra de um pequeno colibri...
Sobreveio a tarde e entorpecidas
Duas pessoas que na angústia mergulharam
Partiram sem adeus nem despedidas
Dos sonhos que tanto procuraram...
E foi assim por fim toda tristonha
Que passaste por mim naquele momento
Esvoaçando como quem sonha
Que nem bem te vi com o vento...
(Onivan – 09/06/2015)