Esperança
Esperança
É a última que morre, dizem sobre a esperança
É tabua que a onda leva, e que a mão não alcança
Sempre empurrada pra diante, rindo do desespero...
Da vida esperando vida, no sonho ou no pesadelo
À noite ela dorme com a gente fazendo nossa alegria
Faz esquecer amarguras, tornando a vida obscura, bela e clara como o dia
Mexe fundo no passado, para montar lindos quadros, talvez como caridade
Empurra pra longe a tristeza, enche os sonhos de beleza, com outra realidade
Tudo outra vez acontece, pois quando o dia amanhece, e traz de volta a razão
Causa um lutar medonho, do real contra o sonho, consternando o coração
Com sabor doce amargado, deixa o espirito quebrantado, ao lamentar-se
da vida
E a tristeza não demora, vendo que a alma chora, a ilusão que foi perdida
Ó esperança, tu ainda vais matar, a alma que te alimenta
Estando o coração no meio, ora vazio, ora cheio, desta batalha sangrenta
Dizem que o tempo mata, esta coisa bela e ingrata, em nossa alma escondida
Mas é preciso cuidado, pois de um peito apaixonado, leva também a vida.