SAUDADE ATO DEZ
Procurei você em sonhos, pernas doídas,
encontrei-te à noite onde longe surgiam gritos.
Depois transpus muros atrás do rastro de balas,
por seu amor que desconhecia nome e ritos.
Nas igrejas vi a oferta de pernas plásticas,
eram gratidões no altar dos milagres
não ofereci nenhum manequim inteiro,
corpo de homem que venceria as apáticas.
Sobrou-me o tempo, um martelo de retinas secas,
que soube me soltar do máximo desastre,
esquecimento e seu inútil ventre.
Minha alma de mulher está presa,
mas não há hímen, apenas o retrato
da lágrima guia que consumará o ato.
do livro "Amor por força da lembrança"