AMOR ATO DEZ
Sei amar e ainda que carregue vazios beija-flores
não perco asas e sou envolvido por cores,
elas saem da tua retina luminosa
lâmina além do corte único: solidão.
Laranjais e o vento temporal virão após o túnel,
não haverá nenhum rancor diante dos frutos:
meteoros cairão sobre o mar e na praia surgirão bicicletas
pedalaremos através de uma safra de viadutos.
Agora sei, antes do prazer outro espirro,
a morte captura todos os orgasmos
e a tristeza sobra para vivos pleonasmos.
Não existo sem você! Me acabo de bondade!
Meu amor deverá morrer!
Cada dia de desejo é impiedade.
Do livro: Amor por força de uma lembrança