AMOR FINGIDO
Rio, 29/08/2007.
Atravessou-me, doído o peito, a frecha
Das palavras movidas e mansas de jeito
E que fazem, lá dentro, grande brecha,
E vazam choros que mexem o peito.
O amor-palavra não fortalece, abate.
O amor-ação não há quem o quebre.
O amor-irmão faz um bom combate.
O amor do mundão arde em febre.
Quem ama com amor fingido está morto
E anda por um longo caminho a esmo
Pratica solipsismo, amando a si mesmo.
O caminho do amor é reto, não torto.
Está mais elevado que a dó ou pena,
É doce como o mel e não envenena!
SEDNAN MOURA