Efuturo: CHOVIA

CHOVIA

Rio, 12/12/2008.

Era um dia tão diferente de ontem
Onde havia um sol que luzia à pino,
Um calor escaldante e tirava o tino;
Parecia-me estar em pleno deserto.

Mas hoje cai esta chuva tão fria,
E o céu está cinzento de dar dó,
E o vento assopra como ele só
E minh’alma muda e solitária sofria:

Meu peito ofegante da dor que doía,
Meus olhos em lágrimas nadavam
E parecia-me que meu espírito moía...

Fez-se uma tempestade em meu ser:
Chovia e as aves tão tristes calavam,
Não havia música neste meu chover...

SEDNAN MOURA