DA VARANDA
Rio, 17/04/2005.
Da varanda pasmei num olhar:
O sabiá na laranjeira a cantar,
A tarde suavemente a se encurvar
E o sol aos meus olhos a ofuscar.
O mato crescido a brisa reverencia,
As flores silvestres salpicavam o chão
E vi a mais sublime e pura poesia
Que fez aflorar profunda emoção.
Depois o céu da noite se vestiu
E a voz marcante do grilo: cri... cri.
E quem, pois, ao grilo ouviu?
Eu da varanda tudo isto assisti,
Numa casa em minha imaginação,
Dum sítio poético no meu coração.
SEDNAN MOURA