Efuturo: DESERTOS POÉTICOS

DESERTOS POÉTICOS

Rio, 04/02/2013.

Ando a procurar inspiração ardente,
Dias acompanha-me este sentimento,
Às vezes, parece vir num repente,
Ora deixa-me vazio estremecimento.

Anda cabalmente nula minha verve,
As palavras fogem! Nada me serve,
Dentro de mim rios sem águas,
Fora correm riachos de mágoas.

Minhas terras poéticas são desertos,
Minha árvore palavras não frutifica,
Todo meu céu parece-me de ferro.

O vento traz pó de vocábulos abertos,
Meu ser sedento de versos fica
E a alma quebra o silêncio num berro!

SEDNAN MOURA