DOÍA
Rio, 17/09/2007.
Por que ainda me tens buscado?
A ferida deixada inda não é cicatriz.
Sou como um pássaro na gaiola, calado.
Sou como uma porta muda e infeliz.
Por que me tens tanto maltratado?
Por pouco não acabas comigo, por um triz.
Essa é a recompensa por ter muito amado?
Não foi isso que eu desejei ou quis.
Dentro em mim há um mar revolto,
Por fora são águas calmas e suaves,
Como de um rio tranqüilo e solto.
O vento era forte que meu mar revolvia,
Agora me sinto voando com as aves,
Livre e sarado da ferida que tanto doía.
SEDNAN MOURA