ESPINHOS E PALAVRAS
Rio, 02/09/2004.
Já é tempo para o medo
E se madruga bem cedo,
Acorda ainda escuro na vida,
Em meio às rosas, uma margarida.
Em riste se aponta o dedo
E a acusação causa ferida,
Pondo-me a pensar, suo e fedo,
Ferido dos espinhos, tomo a margarida...
Na mão a pálida e assustada flor
Por ser no repente colhida,
O doente das palavras entra em estupor.
E volta-se a olhar aquelas rosas
E na trilha aberta a dor sofrida,
Das palavras a dor é mais doída...
SEDNAN MOURA