GOSTO SALGADO
Rio, 16/11/2007.
É assim como um leve desmaio
Na cabeça há pedaços de passado,
Motivo por estar tão cansado,
No peito o coração é tubo de ensaio.
O raciocínio toca no limiar da dor,
Os sentimentos em paredes descoradas,
No jardim da alma as flores amassadas;
Avolumou-se um fim de certo amor.
O mar bebia, no horizonte, a lua;
Ou, talvez, ela se fosse banhar nele.
Minha cabeça comia a verdade crua.
Meus olhos se afogavam no pranto,
Ainda sinto o gosto salgado dele.
Cruel é a dor que faz sofrer, e quanto!
SEDNAN MOURA