Efuturo: NAUFRÁGIO

NAUFRÁGIO

Rio, 21/09/2007.

Eu naufrago
No mar de desamor.
Sou um náufrago
E desconhecia os segredos,
Agora sofro a dor
Como de degredos.
Agarrei-me a pedaços
De esperanças que passavam,
Pus debaixo dos braços
E as correntes me levavam.
Cheguei a um ponto
Onde se dividiam as águas
Eram grandes mágoas
Como de pequeno conto.
Se o amor é de verdade,
Naufrágio, não sofre não;
Pois as ondas da maldade,
Feitas pelos ventos,
Não podem afundá-lo.
É navio carregado de perdão
E todos os intentos
Não podem alcançá-lo.
Sobre as ondas oscila o batel
É um pobre coração
Que é todo feito de papel,
Flutuando na ilusão.
Ele vai tão dormente
Que deixa toda a razão
E num repente
É tirado sem mão.


SEDNAN MOURA