Efuturo: O DESVIADO

O DESVIADO

Rio, 05/02/83.

Quando olhavas só para mim,
Como eras formosa!...
Teu perfume era suave,
As brasas do amor estavam vivas.

O teu olhar era gracioso,
Simples como os das pombas,
Em ti só havia formosura,
Da tua boca só saia doçura.

Quando olhavas só para mim,
Teu rosto, entre tuas tranças, tinha ternura;
Tua voz, ao meu ouvido, tinha brandura;
Todos que te olhavam, diziam: Nesta não há loucura!

Mas um dia desviaste os teus olhos de Mim
E olhaste para aquele que queria te matar,
E te deixaste, por ele, enamorar;
E a Mim, que muito te amo, deixaste...

Ó volta para Mim!
Arrepende-te! Eu te amo mesmo assim!
Poderia este, por quem me deixaste,
Pagar o preço que Eu por ti paguei?

Ó igreja minha e amada!
Por que não olhas só para Mim?
Vê que já é hora da minha chegada,
Eu te mando: Fica acordada!

SEDNAN MOURA