O VINHO
Rio, 31/08/2000.
Das parreiras (saboroso fruto) venho,
Pisado até que venha muito sangrar,
Lugar de descanso, um lagar, tenho,
Dão-me uma câmara para descansar.
E em sono profundo passo a ressonar
Em carvalho, a cama, madeira perfeita.
E as quimeras trazem-me o purificar,
Sou sangue de uvas escolhidas, eleitas.
E se mais envelheço, torno-me melhor,
Se sorvido com medida posso confortar.
Licor saboroso sou antes de fermentar!
Mas quando resplandecente e suave
Não voltes os teus olhos para mim
Porque, então, abreviarias o teu fim!
SEDNAN MOURA