UM SEGUNDO
Não quero o meu tempo
de volta,
eu estaria roubando
de mim mesmo.
Não quero imaginar
quem poderia ser sido,
eu estaria depreciando
quem sou.
Não aceito do destino
nem xeque-mate,
nem empate,
ele não resiste
ao meu en passant.
Tocados pelo divino,
inventamos uma brincadeira
inocente,
Criamos plaquinhas
pregadas no desconhecido.
Algumas são lembradas,
cultuadas,
de séculos em séculos
revisadas.
Outras são arrancadas,
enterradas,
esquecidas.
Não quero
ser uma placa divina.
No Universo
não existem placas
para os escolhidos
do destino,
as placas
são todas descartáveis.
Ao balanço
do seu pêndulo
que não tem nada
de imutável,
elas duram
um segundo.
Ser uma placa dessas
não tem preço.