Não sei por que escrevo
Não sei por que faço verso
Não sei por quê...
Mas sei que sou, parte do universo.

Minha mente titubeia
Minha mão não quer parar
Ela escreve como louca
E não me deixa...
Não me deixa pensar.

Se pensar vou à loucura
Fecho-me...
Fecho-me e não saiu à rua.
Se ligo a televisão
Eu sou só...
Só desilusão

O noticiário...
O noticiário me abala
Assassinato, sequestro, acidente...
Fico muda, perco a fala.

Depois do desabafo
Respiro dou mais um passo
Ligo o som...
Escuto música perfumada
Fico então, mais conformada.

Na parede do meu quarto
Em um prego penduro a tristeza
E para ter certeza...
Enforco o desgosto
Olho-me no espelho
Vejo estampado
Um sorriso em meu rosto.

Por certo nasci maluca
Mas minha mãe nunca contou
Ou quem sabe maluco é o mundo
O mundo...
O mundo em que estou.

Porque, o certo?
O certo eu fico a perguntar
Hei... Tem alguém por ai
Alguém que possa me orientar?


Publicado no site: em 23/08/2010 Pelotas R.S.