Amor de outrora (T430)
Caminhando pelas areias da praia, pensava em tudo que se passava em minha vida, sentia o leve toque da brisa a acariciar meu rosto, o barulho do mar soava como uma música a me responder os pensamentos emaranhados.
Sentia os pés descalços na areia, aquilo era como a energia invadindo meu corpo pouco a pouco, mas a dor que sentia demoraria a se dissipar, sinto ainda a falta e a necessidade dos carinhos que sei que nunca mais vou ter, aqueles momentos parecem terem sido feitos só para aquele instante e depois as pessoas esquecem que o que as uniram foi exatamente estes momentos, esquecem aquele amor de outrora e deixam as rotinas corriqueiras absorverem o que tinham de mais bonito, o amor.
Olhava o infinito onde céu e mar se juntam e indagava como isso pôde acontecer, nada deveria virar rotina, ou então o amor entre duas pessoas não existe, ele é momentâneo, porque eu ainda sinto dentro de mim este amor, tão forte como quando a conheci, mas sinto que nela ele não fervilha da mesma maneira. Esta dor carrego comigo, partilhar isto com ela seria a mesma coisa que achar uma rosa neste vasto oceano que carrega minhas lágrimas.
Alexandre Brussolo (03/10/2009)