Efuturo: O ÚLTIMO CALENDÁRIO

O ÚLTIMO CALENDÁRIO

O mês de dezembro melhorou novembro
e o janeiro que vem
será melhor do que dezembro.
Todos os janeiros sempre valem,
embora os fevereiros
renovem os verões.
E quando chegarmos a março,
o março comovente,
dispensa contar o tempo
em meses, anos ou semoventes,
pois a vida está em um plenário,
onde brota o mês de abril
que se estende em juras,
em juras e malícias.
Sempre agradeça abril,
pois algo brilha.
Brilha o maio emancipador
para esquecer o não efetivo,
o que não é rosto de mãe.
E somente maio,
de olhos afirmativos,
preparam junho data de santo.
de tanta festa
até festejar julho e agosto,
sempre o melhor agosto de todos,
mesmo com as perdas.
Perdas não criam homens de gelo
porque vemos um setembro primaveras
quando crianças correm
porque merecem as cerejas do bolo
e os ipês amarelos.
Outubro então se torna essencial.
Você quer sorrir e sorri
e novembro vai se abrindo.
Nada mais é frívolo
ou tudo tem valor
quando então se aproxima
o intenso mês do natal.

Se pudéssemos dar as mãos,
ao sentir as possibilidades?

DO LIVRO: ADVERSOS E OUTROS MOMENTOS