MATEI POR AMOR
Filho de fazendeiro
Criado em liberdade
Vim para cidade...
Vim cursar a faculdade.
Morando em apartamento
Estranhei a vida na cidade
Quase não fiz amizade.
Depois de muita solidão
E a saudade...
A roer-me o coração
foi que...
Conheci Dudinha.
Janela frente a janela
Era a imagem mais bela
Dudinha trocando a roupa
Dudinha pintando a boca
Dudinha só de calcinha
Meu Deus!!! Era uma gracinha.
A Dudinha fez-me esquecer
A fazenda, a liberdade
Meus pais...
E até a faculdade.
Eu só pensava na Dudinha
Eu me apaixonei por ela
Não comia não dormia
Não saía da janela.
Um dia...
enchi-me de coragem
Falei com Dudinha
Falei do meu amor
De minha vida todinha.
Ela deu uma risada
Disse-me que era casada.
E que eu...
Deixasse de bobagem
Pois logo o seu marido
Chegaria de viagem.
Passado uma semana
Chegou o tal bacana.
O marido da Dudinha
Vi o abraço...
Vi o beijo..
Depois a janela fechada
E eu me consumindo
Com a alma despedaçada.
Passei o dia bebendo
Passei dois, três um mês
Perdi a noção do tempo
Me perdi no pensamento.
Outro dia meio chumbado
Ouvi um grito desesperado
Corri a janela
Era o tal bacana
Batendo, batendo nela.
depois...
Vi sufoca-la com o travesseiro
Então corri, corri ligeiro
E sem pensar...
Comecei a atirar
Dei conta de mim
Parei desesperado
Tarde...
Muito tarde, eu já tinha matado.
Agora nesta cela escura
Não tenho mais liberdade
Nem a faculdade
Apartamento ou janela
Só trago na memória
A imagem dela...O meu amor
E no coração muita dor.
Publicado no site: em 28/05/2011