Não sei, mas naquele dia meu dono acordou diferente, mais simpático e me acariciando muito, dizia ele para mim que íamos dar uma volta de carro, era muito estranho, nunca ele tinha me levado para um passeio com guia quem diria de carro, era um mistério que eu em minha condição não conseguia entender.
Eu claro fiquei muito eufórico e já não via a hora deste passeio, o que a vizinhança iria dizer, lá vai o Rex todo pomposo para um passeio inesquecível, como realmente ele foi.
Era um domingo, por sinal como tantos outros que já vi a não ser pelo passeio prometido, nossa vou passear de carro. Eram mais ou menos umas 10:00 horas da manhã, um cão sabe perceber as horas pelo extinto, mas isto não vem ao caso.
Ele veio assobiando e me chamando, fui ao seu encontro numa alegria que não tinha igual, vou passear de carro pela primeira vez. Ele abre a porta e a primeira coisa estranha, parece que me coloca com um certo desprezo, mas acho que era minha impressão. O carro começa a andar, que delícia, tento por o a cabeça para fora, não sei mas os cães gostam disso, e vem uma bronca danada, senti o cheiro da raiva nele, mas continuei aproveitando aquele momento mágico.
Não sei quanto andamos, mas sei que demorou bastante, ele abre a porta e faz com que eu saia, mais uma surpresa, enquanto me distraio com um poste, ouço a porta do carro bater e sair, olho não acredito, corro mas mesmo as minhas quatro patas não são suficientes para alcançá-lo, você me esqueceu volte, meus esforços foram em vão.
Agora já fazem dias que estou pelas ruas na esperança que ele sinta minha falta, que ele perceba que me esqueceu aqui e volte para me buscar.


Alexandre Brussolo (26/09/2009)